O que esperar quando se espera: pouco, provavelmente nada
Queria muito escrever sobre amor, mas pior do que me faltarem as palavras é faltar-me o amor.
E, ainda pior do que me faltar o amor, é não saber se tal coisa realmente existe, se é mais uma das loucuras que a Disney em parceria com os nossos pais nos meteram na cabeça quando éramos mais novos.
Já acreditei várias vezes que tinha encontrado o tal grande amor da minha vida, mas não tinha, ou não me tinham encontrado. Quanto a quem acreditou ter encontrado em mim, não consegui encontrar de volta. Passamos assim uma vida, a imitar retas paralelas que por mais que gostem uma da outra vão estar sempre desencontradas.
Recentemente julgo que tive(mos) a Oportunidade da minha(nossa) vida. Quando temos Oportunidades que se escrevem com letra maiúscula tentamos agarrá-las com tanta força que desaparecem por completo. Os que já se permitiram agarrar a areia, mesmo sem saber porquê, puderam aprender esta lição da natureza.
Estas Oportunidades, se estiverem a ser vistas de ambos os lados da mesma forma, vêm com expectativas mútuas - fabulosas, mas que só acontecem nos guiões dos filmes, na vida real é preciso tempo. Este tempo, por mais bonito que seja, para ter rótulo de qualidade, tem de estar livre do pensamento “Isto tem de resultar”.
Algo que supera a loucura das expetativas talvez seja a vontade desmedida de agradar, o medo de se dizer algo de errado, quase que o medo de sermos nós próprios - não vá o outro não gostar de qualquer coisa - , e assim se destrói o que começou naturalmente com um futuro. Não matamos apenas o que era, mas o que é e o que poderia ter sido.
Enfim, meus caros, nada de esperas e uma boa dose de calma. O que tem de acontecer acontece, quando é suposto. Vamos lá ver o que está reservado no próximo fascículo que ainda não foi escrito.
Depois do desabafo que não queria muito desabafado, mudei o meu estado de relacionamento para “à procura de ser encontrado”.