Come-se bem na Cova de uma Loba
Recôndito, ali estava o único restaurante de Linhares da Beira, a fazer jus ao seu nome, Cova da Loba.
Nada é por acaso. Diz que, e eu sei que se diz muita coisa, que noutros tempos distantes uma tal de Dona Lopa expulsou de casa de Santo António uma criada que não era mais do que o Demo disfarçado, à caça de almas para a sua causa. O Santo devido à semelhança nome-espécie, como agradecimento, transformou-a em loba, com grande longevidade.
Esta vida continuará longa com a condição de trazer a Linhares os melhores frutos do bosque.
No meu entendimento gastronómico e de enólogo, parece-me que o animal à Cova da Loba conseguiu que chegasse o melhor de tudo, frutos do bosque, cogumelos, queijos da serra, vinho, Portugal e a criatividade.
É só com muita criatividade que se consegue pegar no que é nosso, melhorar e apresentar um Portugal novo. Os pratos têm as raízes de sempre, mas satisfazem o olhar fresco e os paladares modernos.
Ele comeu um imponente polvo com uma redução de balsâmico e eu um sublime risotto com cogumelos selvagens e queijo da serra. Os olhos não enganaram e fomos arrebatados pela explosão de sabores inteligentemente combinada e apresentada.
Como a loba está de folga às quartas a sua Cova não abre. De resto, é sempre boa altura para visitar, mesmo que neve lá fora há uma lareira dentro.
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