Estuda, para não acabares assim
Esta frase foi proferida, de mãe para filha, enquanto apontava para uma colega minha, numa conhecida loja de roupa. A rapariga é minha colega porque tem de trabalhar em dois sítios, já que um trabalho apenas não chega. E não, isto nada tem que ver com o facto de ela não ter estudado, estudou e muito. Seguiu a sua paixão e licenciou-se em terapia da fala. Poderia ter ficado calada, mas escolheu dar mais informação. Explicou que além de não ser a única licenciada na loja, a outra colega estava a terminar a licenciatura em arquitetura, e que o rapaz nos provadores era advogado. A filha não teve remédio senão rir-se da hipocrisia da mãe. Sabem, as profissões e os canudos não nos definem, se é que algum dia o fizeram. Existem aqueles que, devido a um mercado de trabalho não ideal, não podem exercer o que acham ter nascido para fazer. Há quem estude um curso só porque sim, quem não o possa terminar e quem considere que aquilo não é para eles. Os nossos caminhos são todos diferentes. Não têm de ser julgadas por uma profissão, nem pelos números que caem na conta todos os meses. Apenas pelo seu caráter e ações.